segunda-feira, 24 de março de 2008

A polêmica sobre o LZR Racer da Speedo

São 13 recordes mundiais neste ano na natação, 12 deles com o novo traje LZR Racer da Speedo. Resultados surpreendentes, inesperados, que levantaram uma questão: o traje característica vantagem injusta em relação aos outros atletas? Quem tiver o traje terá vantagens significativas em relação aos demais? Há um doping de guarda-roupa?

A comunidade aquática inteira está debatendo o assunto. O técnico de Pieter van den Hoogenband, o holandês que perdeu o recorde mundial dos 100m livre para o francês Alain Bernard, já se manifestou contra o traje e pediu testes na Fina.

Vamos aos recordes "estranhos" do LZR Racer:

Alain Bernard - 47s50 nos 100m livre. Uma melhora muito grande em um recorde mundial que já durava muito tempo. Uma melhora de 48s12 para 47s50 em menos de um ano. É uma melhora e tanto.

Sophie Edington - 27s67 nos 50m costas. Há um mês, o recorde era 28s09. Houve duas melhoras de recorde. Além disso, meio segundo em prova de 50m é demais.

Holanda - 3min33s62 no 4x100m livre feminino - Uma melhora de 1,5s em um revezamento de 4x100m livre é quase inconcebível.


O único fato a favor do LZR é que a italiana Federica Pellegrini marcou novo recorde mundial dos 400m livre com o absurdo tempo de 4min01s53 sem estar usando o traje da Speedo.

Mas essa discussão ainda vai rolar e rolar.

Protestos até no acendimento da tocha

Eu não sou contra manifestações. Pelo contrário, admiro as pessoas políticas e que se preocupam com um problema da sociedade e uma coletividade. Mas manifestantes como esse que foi fazer algazarra em plena cerimônia de acendimento da tocha olímpica não ajudam em nada.

O fanfarrão quis estragar uma festa que não tem por que ser estragada. É algo histórico, maior do que manifestações. Se quer aparecer, ache o lugar certo para isso.

Nota 0 pra ele!

sexta-feira, 21 de março de 2008

47s60 é demais!

Eu estava trabalhando quando vi alguns posts de comentários no blog Bestswimming. Tive certeza que os caras viajaram ao anunciarem nos comentários que o Bernard tinha feito 47s60 e quebrado o recorde do Pieter van den Hoogenband nos 100m livre de 47s84.

Mas daí foram aumentando os comentários e realmente me dei conta de que era verdade. Que tempo! Que prova! Que parada dura para o nosso César Cielo em Pequim.

Alain Bernard é um atleta que não é novo e apareceu no cenário internacional já com alguma idade. Ele começou a ter bons resultados em 2005 e no ano seguinte despontou como grande nadador de 100m livre ao obter resultados para 48 alto.

Em 2007, veio seu grande salto. Após ficar de fora da final do Mundial de Melbourne por poucos centésimos, ele detonou no Campeonato Francês, fazendo os 100m livre pra 48s12, então o segundo melhor de todos os tempos.

Era de se esperar uma melhora, mas não uma tão avassaladora como essa. E detalhe: o recorde foi na semifinal, amanhã pode ter mais. Aliás, o recorde de Hoogenband também ocorreu em uma semifinal.

Fantastique, Alain!

Confira o vídeo do recorde:

quarta-feira, 19 de março de 2008

Isso sim é teste

Para nós brasileiros, já virou corriqueiro ouvirmos em tempos de Copa a reclamação dos comentaristas: "Que amistoso é esse?". Isso acontece porque sempre antes de um Mundial a nossa seleção, tida como a melhor do mundo, enfrenta testes bizarros contra Andorra e outros times nada representativos.

O que isso tem a ver com Olimpíadas? Tem a ver que a seleção de judô deu uma lição do que é um teste de verdade. A equipe brasileira enfrentará o Japão em um evento no dia 15 de junho. Nada mrlhor do que enfrentar os melhores do mundo.

Nesse dia podemos esperar em São Paulo Muneta, Inoue e companhia. Será um grande teste, no nível de uma seleção que almeja voltar da China com pelo menos dois ouros e quatro medalhas.

O judô do Brasil dá mais uma demonstração de inteligência em busca de bons resultados.

terça-feira, 18 de março de 2008

Tibete x Direitos humanos x Cartolas

Antes de começar este post eu gostaria de reclassificar uma coisa: cartolas na China não são cartolas como conhecemos, são quase mini-presidentes. Em um lugar de poder tão centralizado, é impossível comparar os dirigentes chineses aos brasileiros.

Psrtindo dessa mudança, comento o que está acontecendo no Tibete. Pelo fator direitos humanos, creio que os tibetanos têm razão. Pelo fator esportivo, ninguém tem razão.

Minha nota 0 para o Tibete vai para a pouca importância que dão para os Jogos Olímpicos. Provocar distúrbios para atrapalhar os Jogos mostra que eles não entendem que as Olimpíadas estão acima dos seus interesses políticos.

Imaginem se, em vez de causarem distúrbios com a polícia, os manifestantes arranjassem uma maneira de mostrar seus argumentos durante as Olimpíadas? Mas aí vem o problema dos cartolas. Ninguém consegue garantir que, se os caras se expuserem não serão perseguidos politicamente.

Isso escancara um problema relevante ao olimpismo. Se eu fosse o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, faria um acordo com o governo chinês de que toda e qualquer manifestação pacífica seria permitida em Pequim, sob pena de multa ao país.

Dessa forma, o COI contibuiria muito com o olimpismo, pois diminuiria as barreiras entre o trinômio Tibete/Direitos humanos/Cartolas. Esporte não é o único tema dos Jogos. Os amantes do olimpismo pedem a solução do problema.

Aleluia!

O pugilista Washington Silva conseguiu vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim na categoria dos meio-pesados no Pré-Olímpico de Trinidad e Tobago. Ele garantiu na terceira colocação e faturou a vaga.

É um pequeno alívio para o subdesenvolvido boxe brasileiro. Mas, me perdoem pelo pessimismo (e olha que sou otimista, hein), mas ele vai ser saco de pancada em Pequim.

Uma lição para o Brasil

Legado. Essa palavra mais usada no esporte do que em qualquer outra coisa sempre é buscada por todos os países. Quando nasce um ídolo, é preciso aproveitar o legado dele para fazer a modalidade crescer de vez em certa nação. Pois bem, perdemos a esteira do Guga e algumas outras menos importantes.

Por que fui lembrar disso? Simples, porque nesta terça-feira um legado bem-aproveitado se transformou em recorde mundial. O revezamento 4x100m livre da Holanda marcou 3min33s62 no Europeu de Eindhoven e apagou dos livros de recorde os 3min35s22 da Alemanha.

Onde está o legado?

Ele está em 2000, quando Inge de Bruijn quebrou os recordes mundiais e foi campeã olímpica dos 50m livre, 100m livre e 100m borboleta. Ela ainda foi bi dos 50m em Atenas-2004.

A Holanda soube aproveitar e hoje tem quatro atletas tão ou mais rápidas do que Inge. Uma cultura de velocistas foi criada por lá e não por acaso hoje elas são favoritas ao ouro em Pequim-2008.